Patrocínio da MGS leva teatro à Cersam e Centros de Saúde de BH
O espetáculo cênico-musical ?Três Fadas Moribundas? arrancou gargalhadas de centenas de usuários dos serviços de psiquiatria de Belo Horizonte
Publicado em 10/11/2022 15:00 - Atualizado em 10/01/2023 15:02
Muita música, uma história mirabolante, poesia, fantasia e o brilhantismo dos atores Carol Oliveira, Gustavo Djalva e Paloma Mackeldy arrancaram gargalhadas de centenas de usuários dos serviços de psiquiatria de Belo Horizonte nos últimos meses. O lindo espetáculo cênico-musical “Três Fadas Moribundas”, patrocinado pela MGS com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH, levou aos 16 Centros de Referência em Saúde Mental de BH e em quatro Centros de Saúde da cidade irreverência, carinho e leveza com um enredo que fomenta a esperança e a alegria em tempos tão desafiadores.
De acordo com Carol Oliveira, idealizadora da peça, atriz e terapeuta ocupacional com experiência de atuação de dez anos na rede de saúde mental em Belo Horizonte, a ideia de levar o teatro ao público em tratamento nos Cersam e centro de saúde não é de hoje. “Sempre tive o sonho de levar os pacientes e incentivar a ida dos trabalhadores ao teatro, no entanto, este deslocamento não é fácil para os usuários e até mesmo para os funcionários que não possuem tempo ou recurso. O teatro tem uma capacidade única de tocar as pessoas e é muito maravilhoso por ser presencial”, assegura.
Cooperação para a saúde mental
Além de encantar os usuários, a peça “Três Fadas Moribundas” fascinou técnicos de enfermagem, serventes de limpeza, porteiros e centenas de outros trabalhadores que, segundo Carol, trabalham às vezes de maneira extenuante e não podem se dar ao luxo de frequentar um teatro. “Não é um local simples de se apresentar. Lidamos com usuários em crise, temos que ir com mais delicadeza. Mas observar que eles gostam da peça, interagem e trazem lindos relatos deste momento lúdico é incrível. É uma troca muito forte entre nós, os pacientes e os colaboradores dos locais”, garante.

Carol explica que a saúde mental ainda está à margem na sociedade e levar o teatro aos locais que as pessoas se tratam quebra muitos paradigmas. “O lazer, a cultura e o tratamento destas pessoas têm que andar juntos. Isso é promover uma saúde mental de qualidade para todos. Sabemos o quanto é impactante também para os trabalhadores este tempo para relaxar, receber afeto, contato próximo e carinho. E na peça abordamos tudo que acredito que todos os seres humanos estão precisando após enfrentar uma pandemia e muitos momentos difíceis como a amizade, a brincadeira e a arte de forma geral”, afirma.
Para a psicóloga do Centro de Saúde Jardim Felicidade, Verônica Magalhães da Rocha Esteves, que assistiu ao espetáculo realizado no Centro de Convivência Rosimeire Silva, o teatro é uma forma muito adequada de humanizar os usuários e fortalecer os vínculos. “Gostei muito, achei divertido, criativo, com um humor sutil, super leve. Este tipo de iniciativa é essencial para a população tratada aqui, eu adorei”, avalia.
Espetáculo construído a muitas mãos
Carol conta que compartilhou seu propósito com Joyce Malta, hoje diretora da peça, que juntamente com a atriz e demais membros desenvolveram o enredo de “Três Fadas Moribundas” baseado em uma típica figura da dramaturgia cômica, o bufão. “Ele era uma espécie de palhaço caracterizado entre o grotesco e o charme, utilizado para se referir a pessoas consideradas feias ou com algum tipo de deformidade. O bufão também é popularmente conhecido como o ‘bobo da corte’ ou o ‘arlequim”, explica.
Foram quatro meses e 18 dias para concluir o ensaio e escrita da peça que conta com muitos improvisos, inspirações de fábulas e contos. O espetáculo se resume na amizade de três fadas nada convencionais, que ativam o modo fada detetive para procurar “a asa que perdeu uma fada”. Durante a busca, os personagens revelam de maneira totalmente lúdica a sociedade alternativa das fadas, que faz paródia com a conhecida canção Sociedade Alternativa, do eterno maluco beleza, Raul Seixas. A moral da história destaca a importância da amizade e de nunca perder “a fada madrinha de todas as fadas”: a esperança.
De acordo com a Educadora Social do CERSAM Pampulha e CERSAM Norte, Ana Lavigne, a experiência do teatro foi “muito bonita, muito valiosa. O nível de atenção que os usuários estavam foi impressionante! Eles estavam prestando atenção o tempo inteiro, sedentos. E depois o resultado da apresentação foi um relaxamento nas pessoas, um prazer que eles deram pra nós. Foi uma delícia! Não tem preço! Esse trabalho é muito afetuoso, muito humano, muito delicado, muito sincero”, atesta.
Patrocínio MGS
Segundo Carol Oliveira, o apoio da MGS foi essencial e a ideia é adaptar a peça para apresentação também em escolas. “Vimos como os usuários e o público presente se encantou, incluindo muitas crianças. Por isso nossa ideia, além de envolver os pacientes para criar junto conosco, é expandir a peça para outros lugares. Estou muito feliz com a repercussão e que nosso árduo trabalho esteja dando tantos frutos. É um presente maravilhoso para nós e só temos a agradecer à MGS”, afirma.
Para a servente de limpeza da MGS, Marlene Ferreira de Jesus, que atua no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção a peça é muito boa e interativa. “Todos se envolveram, muitos participaram e isso ajuda muito os usuários. Foi divertido, todos gostaram. Trouxe muita alegria para nós”, garante.
O espetáculo tem dramaturgia de Byron O´Neill, produção musical assinada por Barulhista e conta com Jonnatha Horta Fortes responsável pelo figurino. A produção ficou a cargo de Maria Mourão.
Os projetos culturais aprovados na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte – LMIC/BH (Lei 6.498, de 29/12/1993) e Lei Municipal n° 11.010, de 23 de dezembro de 2016, podem ser incentivados por meio de patrocínio ou apoio da MGS, direto ao empreendedor, mediante renúncia fiscal do município.
Os projetos que são aprovados previamente pela Fundação Municipal de Cultura -FMC- são disponibilizados para as empresas incentivadoras, mediante uma listagem. De posse dessa listagem, a MGS, seguindo alguns critérios estabelecidos na referida lei municipal, escolhe as produções que quer incentivar, transferindo recursos diretamente ao produtor do evento, deduzindo 100% deste valor financeiro do ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
A Lei de Incentivo à Cultura é o principal mecanismo de fomento no âmbito das políticas públicas municipais. Se você possui um projeto que se encaixa nos critérios acima e tem interesse de cadastrá-lo, clique aqui. Seu material será analisado e se aprovado a MGS entra em contato.
por Nathalia Bittencourt