Você, Mulher MGS, já viveu algum tipo de violência? Na dúvida, procure o nosso Programa Sou Mulher
Coordenadoria de Saúde Ocupacional da MGS alerta que xingamentos, aparentemente sutis, também são uma forma de violência contra a mulher e são mais comuns do que se imagina
Publicado em 11/03/2020 14:59 - Atualizado em 08/06/2020 11:19
No mês em que comemora-se o Dia Internacional da Mulher, fica um questionamento. Como identificar se o relacionamento pode ser considerado abusivo?
“Você é feia, burra, não vale nada, são alguns dos sutis xingamentos que minam a autoestima e são sim, uma violência contra a mulher”, afirma a assistente social Regina Bragatto, Coordenadoria de Saúde Ocupacional – Cosau. Foi especialmente para atender às mulheres que vivem essa dura realidade e que fazem parte do universo feminino da empresa, é que foi criado o Programa Sou Mulher da MGS.
Regina Bragatto explica que não foi por acaso que o Programa surgiu. O número de colaboradoras representa 62% da força de trabalho da MGS. Desde a criação do "Sou Mulher", diversas empregadas já foram acolhidas e muitas delas vivem ou já viveram alguma situação de violência. Segundo a assistente social, algumas vezes a vítima sequer percebe que está em um relacionamento abusivo. “Começamos a receber queixas, afastamentos e atestados médicos com informações como fraturas e contusões. Por meio do acolhimento, percebemos que muitas delas estavam sendo vítimas de algum tipo violência”, explica Regina Bragatto.
Canal de Denúncia
O Programa é um canal de denúncia e também oferece apoio psicológico e social às mulheres vítimas de qualquer um dos tipos de violência, que pode ser patrimonial, psicológica, moral, sexual e física. “A violência pode acontecer de diversas formas e pode não ser entendida como um abuso, porque muitas vezes ela vem em forma de comentários bobos e atitudes que parecem inofensivas, mas tão capazes de ferir autoestima e a dignidade quanto a violência física”, afirma a assistente social.
Regina citou alguns tipos de abuso. “Desde juras de amor eterno, a dizer que a mulher nunca encontrará alguém que a ame tanto quanto ele; controlar o salário dela; impedir que a mulher tome as próprias decisões, trabalhe ou saia de casa; procurar mensagens no celular ou e-mail dela; forçar relações sexuais quando ela não quer ou estiver dormindo ou doente; fazer comentários ofensivos como chamá-la de feia, gorda ou burra; diminuir a mulher com comentários pejorativos para outras pessoas e muitas outras situações se enquadram nas diferentes facetas da abuso e, às vezes, até por questões religiosas, muitas mulheres se submetem a isso”, ressalta a Regina Bragatto.
Conto de fadas
A assistente social da Cosau fez ainda uma provocação quanto ao que é ensinado às crianças. “No conto de fadas da Branca de Neve, por exemplo, o príncipe desperta a princesa de um profundo encantamento com um beijo. Quem é esse desconhecido que chega e vai logo beijando a moça sem o consentimento dela? É preciso descontruir esses padrões para a nossa geração e as que vêm por aí.”, afirma Bragatto.
A coordenadora de Saúde Ocupacional, responsável pelo Programa Sou Mulher, Valéria Marques Mayrink, reforça: “muitas colaboradoras ficam dividas entre manter o sonho de estar casada e o de lutar pela sua dignidade e liberdade. O questionamento que eu faço é: o que seria melhor? Morar na casa dos sonhos, no castelo que foi idealizado desde a infância e viver oprimida ou em um quarto, porém com dignidade?”, alerta Mayrink.
Como buscar ajuda
Qualquer empregada pode usar o canal telefônico criado para contar da sua situação e buscar orientações. O atendimento segue SEMPRE um modelo sigiloso e ético de acolhimento, resguardando a privacidade de quem o procurar.
Telefone: (31) 3239-8705 - exclusivo para empregadas.
Para quem não trabalha na MGS, orientamos pela busca de orientação pelo telefone 180 - Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, um canal do governo federal. Em caso de urgência, o ideal é ligar sempre 190.
Em casos de violência sexual, a mulher deve imediatamente buscar um dos 87 unidades do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual em Minas Gerais. Veja quais são os estabelecimentos: https://bit.ly/2J2Eia6
Em caso de agressão física, se quiser fazer uma denúncia contra o agressor, dirija-se a uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher ou uma Delegacia de Polícia Civil. A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) também recebe denúncias e realiza atendimento e acolhimento à mulher em situação de violência.
Em casos de emergência, telefone para a Polícia Militar (190) ou dirija-se a um Batalhão da PM. Se encontrar dificuldades para registrar ocorrência e a denúncia na Delegacia, vá até uma Promotoria de Justiça (comum ou especializada de atendimento à mulher) e relate à equipe o seu caso para que os promotores tomem ciência e possam tomar providências.
As mulheres que precisarem de consultoria jurídica e não tiverem condições para contratar, deve acionar a Defensoria Pública (Em Minas Gerais, disque 129). Faculdades públicas e particulares costumam ter núcleos de prática jurídica que orientam as cidadãs.
Em caso de violência psicológica, patrimonial e moral procure um dos centros de atendimento à mulher e se o seu município. Se não tiver um entre em contato com o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) ou o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).
Onde buscar ajuda em Belo Horizonte:
CERNA (Centro Risoleta Neves de Atendimento de Minas Gerais) que atende mulheres em situações de violência de gênero, oferecendo acolhimento, acompanhamento psicossocial e orientação jurídica. Ele fica na Av. Amazonas, nº 558, 1º andar – Centro e o telefone de contato: (31) 3270-3235.
NUDEM (Núcleo de Defesa da Mulher) que constitui o espaço de atendimento jurídico à mulher em situação de violência, responsável por prestar orientação jurídica e a defesa em juízo, em todos os graus, das cidadãs de baixa renda. Ele fica na Av. Amazonas nº 558, 2º andar – Centro e o telefone de contato é o (31)3270-3202.
Benvinda - Centro de Apoio a Mulher, trabalha com acolhimento, orientação, formação e informação de mulheres em situação de violência de gêner, visando desenvolver aspectos como fortalecimento da autoestima e resgate da cidadania. O centro fica na rua Hermílio Alves, 34 - Santa Tereza e os telefones de contato (31) 3277-4379 ou 3277-4380.
Para saber os endereços e telefones da sua cidade dos serviços de atendimento às mulheres em situação de violência, telefone para a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 que é um serviço telefônico gratuito que funciona 24 horas.
(Fonte: Senado Federal)
por Viviane Primo